sábado, 19 de dezembro de 2009

Encontro de Gerações



Ana Bezerra [avó] e Richard Arthur [sobrinho]

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Marrom como o barro


Talvez tivesse esquecido de mim, de me reinventar e me recontar. Mas estou de volta. Ocasionalmente, o último post que havia escrito mencionava minha avó, e ela foi uma presença constante nos últimos dias em minha casa. Deveria ser esse um espaço de reflexão para os dias passados e meu estado atual, acontece que meu estado atual depende fundamentalmente dos fatos corridos no agora também.

Minha irmã deu a luz seu primeiro filho no último dia de novembro. Agora sou tio oficialmente que não dos meus alunos na escola. E ele recebeu parte do meu antigo nome. Deram-lhe por nome " Richard Arthur". Espero que seja uma criança abençoada, mas na verdade não era essa minha intenção ao escrever.

Tudo que acontece puxa uma história ou rende outra, não é verdade?  Lembro de uma entrevista de um diretor brasileiro, acredito que o Jorge Furtado, falando que o sentido da vida seja contar histórias. Verdade ou não, não sei, mas acredito nisso em boa parte. Me excita a possibilidade de que ninguém vive as mesmas histórias, apesar das semelhanças. E como nós precisamos de histórias, sentir-se reconhecido na história dos outros é um achado!


exercícios de Liberdade - passeio ao Parque Zoo Botânico Arruda Câmara - 22.08.2009

Refletindo descobri que quando criança eu não era muito diferente do que sou agora. Sempre fui muito recatado, calado. Me comuniquei sempre com os pés e com os olhos,isso quer dizer que sempre fui de observar e recolher as imagens do mundo para o meu interior. E vejo que hoje as coisas são bem semelhantes. Ainda não aprendi a ser extrovertido, e isso me é bom. Preciso de uma medida de reseva para poder sobreviver. E é assim , me podando e me expondo.  Fugindo e sobrevoando que eu registro meus sentimentos nos dias.

Me lembro que o pátio da minha primeia escola, o Concita Barros, era de barro laranja bem seco, com alguns cajueiros espalhados pelo espaço. As salas de aula eram bem convidativas: ricamente decoradas com toda sorte de ornamento: eram nuvens, sol e lua no telhado, passarinhos, borboletas e insetos nas paredes, relógio e calendários, e livros,muitos livros. Não haviam carteiras ou cadeiras na sala; só esteiras. Conversávamos, brincávamos e assim eu aprendia a ver o mundo. Eram pequenos exercícios de liberdade que com o tempo acabei perdendo o compromisso.

Agora atentei para recriar e reviver esses hábitos e exercícios de liberdade. Me permiti voltar a minha real condição de observador e cronista do que sinto e crio em mim.